sexta-feira, 30 de julho de 2010

Um E.T. em Cuiabá, MT ?!

Em uma conversa informal com uma cliente durante o almoço, fui indagado se conheço um lugar chamado "Dublin", na Irlanda. Esta amiga está a procura de um novo país para viver. Então trocamos idéias sobre alguns países e o que pode haver de promissor em cada um.

Em meio a conversa, óbviamente que - para quebrar o gelo da conversa - eu sugiro:

- Já pensaste em morar em Porto Alegre, RS?

Eu esperava qualquer resposta, boa ou ruim. Mas a minha surpresa:

- Não!!! O que eu quero é ir para outro "país", e não para outro "mundo", respondeu ela.

Como nosso tempo estava quase no final, nem fiz questão de comentar muito sobre esta colocação dela. Mas confesso que fiquei matutando.

Pode ela ter afirmado isto no sentido lúdico da frase? Quem sabe ela quis depreciar a Capital do meu Rio Grande Amado. Ou talvez tenha sido apenas para quebrar o gelo, afinal, esta era a minha intenção inicial.

Mas cheguei a conclusão que isto não faz a menor diferença, porque ela está coberta de razão!

Rio Grande do Sul, um lugar onde se fala diferente - o sotaque mais lindo que já ouvi; uma das maiores potências políticas, culturais, industriais, comerciais, agrícolas, tecnológicas do Brasil; um lugar que exporta profissionais para todo o planeta (inclusive para Cuiabá); terra de grandes personalidades da história; estado que comemora uma guerra que perdeu, mas exaltado pelos valores que pregou e sustenta até hoje... Ah! não vou contar toda a história do "nosso mundo" aqui.

Certa está ela! Não pode mesmo ser outro estado, país. Vivemos num mundo à parte!

Sirvam nossas façanhas de modelo a toda Terra!

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Mas que barbaridade, tchê!!!

"A música da minha terra, que eu ouvia de criança, o Teixeirinha (...) Tudo em torno dela me parece muito ruim, estética, ideológica e musicalmente. Isso inclui sobretudo o que o tradicionalismo tem feito com a música do Rio Grande do Sul nas últimas décadas (...) Enfim, que identidade musical a gente tem aqui em Porto Alegre? (...) A música gaúcha se torna intragável para qualquer pessoa mais esclarecida. (...) a música começou a ser tutelada em termos do que vestir e não vestir em cima do palco, um absurdo. Qualquer adolescente urbano mediamente esclarecido, hoje em dia, se coloca a quilômetros de distância disso."
Esta foi a infeliz declaração de Nei Lisboa ao Jornal Zero Hora na última segunda-feira, (Segunda-feira, 25/01/2010). Eu sinceramente pensei muito sobre o que comentar aqui, mas sinceramente não me veio nada a mente que descesse à tal grau de ignorância.

Eu nem digo petulância, mas coragem de chamar o Rei dos Trovadores – Teixeirinha de “burro”. Pior ainda, todos os jovens do Rio Grande do Sul. Baixamente esclarecidos, em estética, sem ideologia, muito ruim, foi o que ele disse. Só gostaria de fazer uma comparação rápida e simples aqui. Vamos aos números:

Vitor Mateus Teixeira, gaúcho de Rolante/RS, orgulho do nosso Estado – ao longo de seus 25 anos de carreira, gravou 50 discos (média de 2 por ano), sem contar os 12 filmes em de 1967 à 1981 (quase 1 filme por ano). Sem falar que Teixeirinha é recordista de vendas em todo o Brasil, mesmo póstumo a sua morte.

Nei Tejera Lisboa, e que ironia este nome... inclusive quero chamá-lo de “Tejerinha”. Gaúcho de Caxias do Sul/RS, hoje aos 27 anos de carreira conta com apenas 9 discos gravados, dos quais muita gente sequer conhece.

Pra encurtar a história, quero citar um trecho de uma música de cada um... meus leitores poderão, aqui, medir por sua própria conta o grau de “burrice” de nosso Trovador... e quem sabe o grau de "inteligência" do nosso Compositor de MPB:

NEI LISBOA, música "Baladas":
"Eu quero é morrer bem velhinho, assim, sozinho ali, bebendo um vinho e olhando a bunda de alguém... Você me arrasou, meu bem qualquer dia desses como as tuas bolas..."
TEIXEIRINHA, música "Quem planta o bem, colhe o bem":
"Pra interromper de nós dois a trajetória, judiaram tanto nossos pobres corações, hoje felizes respondemos com a vitória!"
Quem sabe Teixeirinha fez tanto sucesso por ter uma história triste, de pobreza, e por ser “burro”; e nosso amigo Nei Tejerinha não é tão conhecido e divulgado por ser tão inteligente. Quem sabe. Eu não sei. Talvez eu também seja só mais um burro.

Para finalizar, não vou mandar nenhum recado ao Nei, mas vou deixar o próprio Teixeirinha fazê-lo, com outro trecho da mesma música citada aqui:
"Nós prosseguimos levando a nossa cantiga.
Quem criticou, quem nos judiou, se precisarem,
aqui estamos pra estender-lhe a mão amiga!
Quem planta o bem colhe o bem e não castiga!"

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Tragédias lá e aqui...

Não se fala em outra coisa: um país foi devastado, e nem precisou chegar o ano de 2012, isto é fato. "- É o fim do mundo!", diziam alguns.
Também é fato que não há brasileiro que não esteja comovido com o ocorrido. Temos visto o exemplo de solidariedade de muitos médicos, enfermeiros, militares, até mesmo civis se deslocando para ajudar. Nosso governo também fez sua parte: enviou rapidamente US$ 15 milhões para auxiliar.
Indiscutivelmente, 2010 não iniciou bem. Deslizamentos no Rio de Janeiro; 10 pontes arrastadas no nosso Rio Grande do Sul amado; terremoto no país mais miserável das Américas.
E o que me faz refletir é que, não muito longe daqui também há flagelados - não em mesma proporção, mas famílias sem esperança, sem recursos - tais como os Haitianos.
A ponte sobre o Jacuí em Agudo/RS continua no fundo do rio; o município de Arroio do Tigre/RS também teve pontes arrastadas; a Região Noroeste teve lavouras inteiras arrasadas com as chuvas de janeiro; em novembro de 2009, Santo Cristo/RS foi arrasada por um vendaval. Também temos nossas calamidades!
Em maio de 2009 foram anunciados recursos para a seca aqui no Estado. A seca foi embora, vieram as enchentes (ironia do destino contra a estiagem), mas os tais recursos até agora, nada.
Enfim... me alegra saber que temos US$ 15 milhões para ajudar quem precisa. Mas me pergunto se virá sequer 1% do que foi para o Haiti para nosso Estado. Dinheiro sabemos que há. Será que há boa vontade?

RS 287 - Agudo - RS - Rio Jacuí

RS 287 - Agudo - RS - Rio Jacuí
Semanas após a tragédia, a ponte continua dentro do rio, e não há previsão de reconstrução.