quinta-feira, 15 de março de 2012

Graças à Ansiedade!

"A  ansiedade  pode ser boa, em níveis equilibrados é ela que nos motiva para agir, é ela que nos impulsiona para estudar para a prova, que nos motiva a nos arrumarmos para a entrevista de emprego. A  ansiedade  normal é aquela em que o indivíduo desfruta de suas manifestações em intensidade leve ou moderada, não perfazendo como condição contínua em sua vida." (Marisa de Abreu - CRP 06/29493-5 - Psicóloga Comportamental).
Tenho estudado muito sobre o assunto ultimamente. Afinal de contas, sou ansioso. Aliás, eu achava que era ansioso, de tanto escutar isso de pessoas do meu convívio mais próximo.Mas toda esta busca me levou a descobrir que não sou ansioso, ou melhor, tenho esta ansiedade em níveis aceitáveis e não a quero perder!

Sempre me preocupou a possibilidade de perder esta característica, pois para mim, o oposto desta minha ansiedade seria o comodismo.

É certo que existe a ansiedade patológica, que deve ser reconhecida e tratata como tal. E quando falo em "tratar", falo literalmente em tratamento clínico.

Mas a sede por conhecimento, por evolução, a "ânsia" para que as coisas fluam e aconteçam logo me parece muito sadia.

De repente, se alguns alemães não fossem ansiosos, não teriam derrubado o Muro de Berlim antes mesmo da promulgação oficial da abertura da fronteira com o Oeste.

Imagine se uma meia dúzia de ansiosos não tivesse iniciado o protesto dos "cara-pintadas", quissá Fernando Collor teria ficado no governo por muito tempo. A propósito, ele foi eleito em 1989 no mesmo ano da queda do Muro de Berlim. Mas isso é só coincidência.

Pois bem, já que estamos falando tanto em 1989 (e eu tinha apenas 8 anos de idade...) vamos mais fundo.

Cem anos antes, na manhã do dia 15 de novembro de 1889, um irmão saiu de casa de casa muito ansioso e, junto com alguns soldados que levou consigo, deu voz de prisão ao então chefe de governo Visconde de Ouro Preto, proclamando assim a República que hoje chamamos de Brasil.

A ansiedade ruim, segundo os especialistas atrapalha a vida em vários sentidos.

A minha ansiedade só me faz ir adiante, e dela não quero nem vou me separar.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Quanto vale R$ 1,00 ?

Terça-feira, 25 de outubro de 2011...

Lá ia eu comprar minha passagem para a histórica cidade de Rio Grande.
Ao acessar o site da rodoviária da Capital, percebo que há uma empresa diferente das que estamos acostumados a ver circulando: a DATC. Nem me preocupei com o que significa a sigla, e como era a única opção para o horário que eu precisava, comprei a bendita passagem, 57 reais (não executivo; comum).
Quem diria que no carro simples - que depois descobri ser empresa pública, da Prefeitura de Rio Grande - subiria um motorista muito simpático e prestativo, com o discurso padrão de segurança, oferecendo água mineral aos passageiros; também reparei nas poltronas, muito confortáveis para um ônibus que aparenta já ter alguns anos de estrada. Tudo nota dez!


Até aqui tudo justo e perfeito. Cumpri minha missão e retornei para casa. Mas na semana seguinte...

Domingo, 30 de outubro de 2011...

Na certeza da mesma tranquilidade da viagem anterior, acessei novamente o site da Rodoviária para adquirir minha passagem. Contudo, percebo que, para o mesmo horário que eu desejava, outra empresa muito conhecida seria a que me conduziria: Viação Planalto.
De certa forma mantive a tranquilidade, sobretudo antes de embarcar, pois vi que o carro seria daqueles com Internet sem fio a bordo, poltronas mais confortáveis, enfim, os carros novos que temos visto rodando por aí. Preço: 56 reais.
Mas a decepção começou quando assumi meu lugar: não que isto seja culpa da empresa, mas depois de um jogo eletrizante (Ronaldinho x Grêmio), certamente teria algum torcedor retornando ao interior - pena que meu companheiro de viagem - devidamente trajado com a camisa tricolor - tinha bebido um ponco a mais, e exalava uma mistura de odores, o que o bom e velho gaúcho chama de "ranso brabo".
Imediatamente tratei de achar uma poltrona mais ao fundo e, para piorar um pouco, a única disponível seria em frente ao banheiro do carro. Além do assento estar meio quebrado, dando a impressão de que vamos resbalar para o chão, e ainda por cima cinto de segurança estar travado, alguns infelizes-sem-mira visitaram o WC, deixando um cheiro pior do que o primeiro, atormentando a imediação do fundo.
Fazer o quê?! Tentar relaxar... até porque, o carro já chegou sujo na plataforma de embarque.
Talvez a Planalto não tenha funcionários responsáveis pela limpeza dos veículos. Ou talvez tenha, mas o motorista não os avisou, ou não levou o carro para higienização. Pobre de quem precisou usar o banheiro nesta viagem...


Acho que o melhor que tenho a fazer é torcer muito para que algum cidadão consciente telefone para esta empresa, e entre em contato com sua Ouvidoria para reclamar destas situações quando ocorrerem - ao invés de ficarem postando em blogs por aí...

Só espero que este, ao ligar, não obtenha a resposta da empresa:

"- Ora bolas, não reclame!! Nossa passagem é R$ 1,00 mais barata do que a concorrência!"

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Um E.T. em Cuiabá, MT ?!

Em uma conversa informal com uma cliente durante o almoço, fui indagado se conheço um lugar chamado "Dublin", na Irlanda. Esta amiga está a procura de um novo país para viver. Então trocamos idéias sobre alguns países e o que pode haver de promissor em cada um.

Em meio a conversa, óbviamente que - para quebrar o gelo da conversa - eu sugiro:

- Já pensaste em morar em Porto Alegre, RS?

Eu esperava qualquer resposta, boa ou ruim. Mas a minha surpresa:

- Não!!! O que eu quero é ir para outro "país", e não para outro "mundo", respondeu ela.

Como nosso tempo estava quase no final, nem fiz questão de comentar muito sobre esta colocação dela. Mas confesso que fiquei matutando.

Pode ela ter afirmado isto no sentido lúdico da frase? Quem sabe ela quis depreciar a Capital do meu Rio Grande Amado. Ou talvez tenha sido apenas para quebrar o gelo, afinal, esta era a minha intenção inicial.

Mas cheguei a conclusão que isto não faz a menor diferença, porque ela está coberta de razão!

Rio Grande do Sul, um lugar onde se fala diferente - o sotaque mais lindo que já ouvi; uma das maiores potências políticas, culturais, industriais, comerciais, agrícolas, tecnológicas do Brasil; um lugar que exporta profissionais para todo o planeta (inclusive para Cuiabá); terra de grandes personalidades da história; estado que comemora uma guerra que perdeu, mas exaltado pelos valores que pregou e sustenta até hoje... Ah! não vou contar toda a história do "nosso mundo" aqui.

Certa está ela! Não pode mesmo ser outro estado, país. Vivemos num mundo à parte!

Sirvam nossas façanhas de modelo a toda Terra!

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Mas que barbaridade, tchê!!!

"A música da minha terra, que eu ouvia de criança, o Teixeirinha (...) Tudo em torno dela me parece muito ruim, estética, ideológica e musicalmente. Isso inclui sobretudo o que o tradicionalismo tem feito com a música do Rio Grande do Sul nas últimas décadas (...) Enfim, que identidade musical a gente tem aqui em Porto Alegre? (...) A música gaúcha se torna intragável para qualquer pessoa mais esclarecida. (...) a música começou a ser tutelada em termos do que vestir e não vestir em cima do palco, um absurdo. Qualquer adolescente urbano mediamente esclarecido, hoje em dia, se coloca a quilômetros de distância disso."
Esta foi a infeliz declaração de Nei Lisboa ao Jornal Zero Hora na última segunda-feira, (Segunda-feira, 25/01/2010). Eu sinceramente pensei muito sobre o que comentar aqui, mas sinceramente não me veio nada a mente que descesse à tal grau de ignorância.

Eu nem digo petulância, mas coragem de chamar o Rei dos Trovadores – Teixeirinha de “burro”. Pior ainda, todos os jovens do Rio Grande do Sul. Baixamente esclarecidos, em estética, sem ideologia, muito ruim, foi o que ele disse. Só gostaria de fazer uma comparação rápida e simples aqui. Vamos aos números:

Vitor Mateus Teixeira, gaúcho de Rolante/RS, orgulho do nosso Estado – ao longo de seus 25 anos de carreira, gravou 50 discos (média de 2 por ano), sem contar os 12 filmes em de 1967 à 1981 (quase 1 filme por ano). Sem falar que Teixeirinha é recordista de vendas em todo o Brasil, mesmo póstumo a sua morte.

Nei Tejera Lisboa, e que ironia este nome... inclusive quero chamá-lo de “Tejerinha”. Gaúcho de Caxias do Sul/RS, hoje aos 27 anos de carreira conta com apenas 9 discos gravados, dos quais muita gente sequer conhece.

Pra encurtar a história, quero citar um trecho de uma música de cada um... meus leitores poderão, aqui, medir por sua própria conta o grau de “burrice” de nosso Trovador... e quem sabe o grau de "inteligência" do nosso Compositor de MPB:

NEI LISBOA, música "Baladas":
"Eu quero é morrer bem velhinho, assim, sozinho ali, bebendo um vinho e olhando a bunda de alguém... Você me arrasou, meu bem qualquer dia desses como as tuas bolas..."
TEIXEIRINHA, música "Quem planta o bem, colhe o bem":
"Pra interromper de nós dois a trajetória, judiaram tanto nossos pobres corações, hoje felizes respondemos com a vitória!"
Quem sabe Teixeirinha fez tanto sucesso por ter uma história triste, de pobreza, e por ser “burro”; e nosso amigo Nei Tejerinha não é tão conhecido e divulgado por ser tão inteligente. Quem sabe. Eu não sei. Talvez eu também seja só mais um burro.

Para finalizar, não vou mandar nenhum recado ao Nei, mas vou deixar o próprio Teixeirinha fazê-lo, com outro trecho da mesma música citada aqui:
"Nós prosseguimos levando a nossa cantiga.
Quem criticou, quem nos judiou, se precisarem,
aqui estamos pra estender-lhe a mão amiga!
Quem planta o bem colhe o bem e não castiga!"

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Tragédias lá e aqui...

Não se fala em outra coisa: um país foi devastado, e nem precisou chegar o ano de 2012, isto é fato. "- É o fim do mundo!", diziam alguns.
Também é fato que não há brasileiro que não esteja comovido com o ocorrido. Temos visto o exemplo de solidariedade de muitos médicos, enfermeiros, militares, até mesmo civis se deslocando para ajudar. Nosso governo também fez sua parte: enviou rapidamente US$ 15 milhões para auxiliar.
Indiscutivelmente, 2010 não iniciou bem. Deslizamentos no Rio de Janeiro; 10 pontes arrastadas no nosso Rio Grande do Sul amado; terremoto no país mais miserável das Américas.
E o que me faz refletir é que, não muito longe daqui também há flagelados - não em mesma proporção, mas famílias sem esperança, sem recursos - tais como os Haitianos.
A ponte sobre o Jacuí em Agudo/RS continua no fundo do rio; o município de Arroio do Tigre/RS também teve pontes arrastadas; a Região Noroeste teve lavouras inteiras arrasadas com as chuvas de janeiro; em novembro de 2009, Santo Cristo/RS foi arrasada por um vendaval. Também temos nossas calamidades!
Em maio de 2009 foram anunciados recursos para a seca aqui no Estado. A seca foi embora, vieram as enchentes (ironia do destino contra a estiagem), mas os tais recursos até agora, nada.
Enfim... me alegra saber que temos US$ 15 milhões para ajudar quem precisa. Mas me pergunto se virá sequer 1% do que foi para o Haiti para nosso Estado. Dinheiro sabemos que há. Será que há boa vontade?

RS 287 - Agudo - RS - Rio Jacuí

RS 287 - Agudo - RS - Rio Jacuí
Semanas após a tragédia, a ponte continua dentro do rio, e não há previsão de reconstrução.